Implosão do sentido da comunicação
Estamos num mundo composto por cada vez mais informação e cada vez menos sentido. Daqui decorrem três hipóteses.
1. A informação produz um sentido mas não consegue compensar a perda brutal de significado nos vários domínios.
2. A informação não tem nenhuma relação com o significado, apenas tem um conteúdo instrumental.
3. Ou existe correlação entre aqueles dois termos, já que a informação que recebemos é destruidora e neutraliza o sentido e o significado.
Por aqui podemos verificar que muito do que vemos no nosso mundo exterior, seja de Portugal, da Europa ou mundo perde sentido pela acção directa e pelo efeito dissolvente resultante da entrada em jogo da variável INFORMAÇÃO. Mas aqui põe-se um problema: de que informação se trata? A dos meios clássicos emitidos pelas televisões e jornais ou as informações, opiniões e análises e pronunciamentos "fabricados" na blogosfera?
Tenhamos ou não certezas, somos todos cúmplices deste processo, deste mito, deste milagre do século XXI, alfa e ómega da vida de todos nós em modernidade. Mas o mais grave é quando pensamos que o sítio onde a informação produz um sentido para as coisas, atribuindo-lhes um significado, na realidade é o oposto que sucede. Aqui ficamos sem referências, desarmados...
Como interpretar a atenção obsessiva que os media dão, por exemplo, a alguém que é visto pelo país inteiro como alguém indiciado de corrupção no futebol profissional, o sr. Valentim Lourero, e ainda assim continua a ser vedeta televisiva???
Futuros
Há um pré-requisito para gerir a 2ª metade da nossa vida: temos de o ter começado a fazer antes de lá chegarmos.
Desejaríamos deixar umas questõesinhas alí ao Macroscópio que julga que sabe sempre tudo. Cá vão vão. Diga lá, no seu entender, porque razão o Miguel Sousa Tavares, como seria mais natural, não foi à festa do Avante do PCP na Quinta da Atalaia? E, por sua vez, um direitóide como o Marcelo por lá acentou arraiais... Espero que não nos diga que é pelo facto de o Miguel ir a caminho do Sul...