sábado, dezembro 9

"Sociologia da Corrupção" plo Macroscópio


SOCIOLOGIA DA CORRUPÇÃO , in macroscópio
[Descascar a cebola]



(...)
Tenho-me perguntado porque razão isto sucede, quais os fundamentos que levaram (ou levam) Mendes a cobrir politicamente preto mantendo-o - estranhamente (e ao arrepio de todos os princípios e ética) - em funções na AR.. Penso, penso, penso e só encontro um tipo de racionalização que partilho aqui com ele (mendes, preto e demais leitores deste espaço). Passo a explicitar:


Por vezes, quando se vai para a política, é-se obrigado a adoptar um certo estilo de vida, centrado num ambiente fechado, com códigos e obediências mais ou menos rígidos, quase como uma família aristocrática. Em que há "os de dentro" e os "de fora".
No fundo, um partido não passa dum grupo de "amigos" conjunturais, de aliados só porque existe um perigo maior - out there - que importa minorar ou erradicar. É isso que são e fazem os partidos: operam como parentes de sangue, unidos pelos segredos, pelos podres, pelas cunhas e compadrios, pelas desgraças de uns e doutros, pelas camas e travesseiros e outros comboios - mas que importa, a todo custo, proteger e salvaguardar das tais ameaças do exterior. No fundo, os membros de um partido são como os elementos duma família, procuram apoiar-se uns aos outros, de todas as formas que podem, com vista a prosperarem e evitarem qualquer dano.
Ainda que para isso tenham de navegar à margem da lei - que - em rigor - se fez para ser desafiada e furada. E é isto que se passa em certos casos na vidinha político-partidária nacional. Aquilo que para uns é fraude para outros significa honra e respeito. É também um problema de percepção e até de loucura e narcisimo doentio. Tudo depende da subjectivação adoptada por cada actor. É uma questão de perspectiva, pois quando somos peões queremos atravessar a passadeira em segurança, mas quando assumimos a função de automobilistas só não passamos a ferro os peões se não pudermos.
Creio que é isto que se passa com a estranha cobertura que uns dão a outros. Com mais ou menos pulhices partidárias à mistura e outros tantos ajustes de contas, dado que certos apparatchics de aviário hoje caídos em desgraça são mais odiados dentro do psd do que fora dele, onde, de resto, também ninguém o conhece.

domingo, dezembro 3

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Dois excelentes poemas de Fernando Pessoa: Heteromorfia e Imortalidade, já algo esquecidos; e os perigos da Democracia. Pensamentos bem lembrados pelo blog o macroscópio. A meditar.