domingo, janeiro 21

A insustentável leveza do ser...


A ameaça, o risco e o perigo está em todo o lado, até no YouTube.

[...] in Macroscópio

Tudo isto, de facto, deixa-nos a pensar: muitos de nós crescemos num mundo onde a geografia importava e a proximidade era lei. Se nascessemos em Lisboa por aí casavámos e tínhamos os filhos e trabalhávamos. Por aí também morríamos. Hoje, como demonstrou o medo do eurodeputado portuguÊs, já não sabemos onde vamos morrer, nem às mãos de quem e por que causa. A nossa antiga sociedade estruturava-se geográficamente, como as tribos, hoje agimos em função do que se passa na vitrine do mundo em que a Net já se tornou. Tudo rola à velocidade da luz.

Ou seja, hoje estruturamos as nossas vidas virtual e biográficamente, as tribos - tal como as ameaças - são verdadeiramente globais, desenvolvem-se com os factos mundiais, pouco ou nada importando o lugar de origem ou as pessoas em questão.

Ontem um eurodeputado deu conta desse medo e nós tomámos devida nota dessa mudança, ou seja, a digitalização das sociedades e o efeito amplificado de globalização competitiva - propulsionado pelos neo-media - que tem o YouTube à cabeça (tão desvalorizado pelos media tradicionais, que perdem peso comercial e importância editorial) faz com que as ameaças, os perigos e os riscos - se estruturem em termos de pressuposições, medos, conjecturas e atitudes que o "outro" (neste caso um grupo terrorista que deixou de o ser em horas) tenha para connosco. [...]