sexta-feira, setembro 8

Implosão do sentido da comunicação




Estamos num mundo composto por cada vez mais informação e cada vez menos sentido. Daqui decorrem três hipóteses.
  • A saber:
1. A informação produz um sentido mas não consegue compensar a perda brutal de significado nos vários domínios.
2. A informação não tem nenhuma relação com o significado, apenas tem um conteúdo instrumental.
3. Ou existe correlação entre aqueles dois termos, já que a informação que recebemos é destruidora e neutraliza o sentido e o significado.
Por aqui podemos verificar que muito do que vemos no nosso mundo exterior, seja de Portugal, da Europa ou mundo perde sentido pela acção directa e pelo efeito dissolvente resultante da entrada em jogo da variável INFORMAÇÃO. Mas aqui põe-se um problema: de que informação se trata? A dos meios clássicos emitidos pelas televisões e jornais ou as informações, opiniões e análises e pronunciamentos "fabricados" na blogosfera?

Tenhamos ou não certezas, somos todos cúmplices deste processo, deste mito, deste milagre do século XXI, alfa e ómega da vida de todos nós em modernidade. Mas o mais grave é quando pensamos que o sítio onde a informação produz um sentido para as coisas, atribuindo-lhes um significado, na realidade é o oposto que sucede. Aqui ficamos sem referências, desarmados...

Como interpretar a atenção obsessiva que os media dão, por exemplo, a alguém que é visto pelo país inteiro como alguém indiciado de corrupção no futebol profissional, o sr. Valentim Lourero, e ainda assim continua a ser vedeta televisiva???

1 Comments:

At 1:31 da tarde, Anonymous Anónimo said...

quer dar-me a impressão de que a informação se alimenta a ela própria. canibaliza-se num copy-paste constante e a única diferença está nos pesos relativos atribuídos às notícias que variam somente mediante a cor política da agência informativa.
o resto, sabê-mo-lo: é o reinado do prime-time e a ditadura das audiências.
vivemos numa espécie de torpor pseudo-democrático de livre pensamento aparente quendo, na realidade, o cidadão só sabe o que quer que se saiba e da forma escolhida.
são limitações escondidas pela parafernália do excesso de informação, uma espécie de lavagem cerebral que dita a opinião e que obriga, nos tempos actuais, a que todos a tenham... ou que pensem que a formularam sozinhos.
a novilíngoa de orwell está também na moda. reparem bem no que é dito, nas expressões utilizadas.
lá vamos, lá vamos...

abraço,
ct

 

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