O cristal filosófico do séc. XX: Raymond Aron
Este foi o melhor cronista da conjuntura do post-II Guerra Mundial. Fez os diagnósticos certos, percebeu as motivações das potências, compreendeu a lógica das guerras (auxiliado por Carl von Clausewitz) e depois reteve nas duas mãos aquilo que mais nenhum outro pensador do séc. XX conseguiu reter: a teoria, a sociologia, a história e a praxeologia - ligada ao processo de tomada de decisões. Com isso ergue um poderoso sistema de pensamento que ainda hoje, grosso modo, tem muita validade. Por estas brevíssimas razões Aron foi o cristal intelectual do séc. XX que integra a galeria de pensadores fundadores da Política, como Aristóteles, Maquiavel, Hobbes, Locke, Kant, Hegel, Marx, Weber - de que o próprio Aron foi discípulo. Este fecundo e seminal autor foi ao mesmo tempo um espectador comprometido com o passado, o presente e o futuro. Como "jogava" nos três tabuleiros tornou-se abrangente, superou-se. Morreu em 1984, salvou erro, mas ainda por cá anda... E apostamos que irá ser recordado por mais um século. Conclusão: uns resistem ao tempo, outros nem sequer se registam no tempo. E outros confundem-no com o espaço, como Stº Agostinho...
Breve evocação a Raymond Aron - pelo seu poderoso legado e pelo bem que fez aqueles que o leram e com ele aprenderam.
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